Thursday 30 April 2009

Museo argentino del títere, Sara y una lucecita blanca

TEATRO DE TITERES

No hay titiritero sin maletas. A nosotros los títeres se metieron en nuestros mochilones de viaje en Buenos Aires, en una esquina del barrio de San Telmo, en el Museo argentino del títere. Aparecieron en la voz de Lucecita, el títere que ha acompañado por unos cincuenta años a Sara Bianchi, una de las fundadoras del museo y una gran titiritera.
Se quedaron también en nuestros corazones en el recuerdo del Proyecto G, un espectáculo sin palabras para adultos de los Hermanos Quintana, Myriam Salto y Leandro Guerén formado por dos personajes hechos de elásticos y varillas, dos seres que iban ligandose entre si, deambulando, perdiéndose en el escenario para transformarse en otras cosas, en otros juegos, en otro modo de hacer teatro, simplemente en movimiento.

Este es el fragmento de una larga entrevista a Sara Bianchi y a Lucecita, su primer títere y compañero de telones, teatrines y plazas, un duende de 60 años de edad.


Entrevista con un diablo azul

Al diablo, mejor ni invocarlo, no se nos vaya aparecer en el momento más inoportuno de nuestras vidas... pero, ¿si nos lo topamos en nuestro camino? ¿qué tipo de diálogo podríamos entablar con él? ¿Lo tomaríamos en serio?
Este es un extracto de una entrevista a uno de los personajes que nunca han faltado en el teatro de títeres, y mucho menos en el Mamulengo, el teatro popular del nordeste brasileño.
La voz es del mismísimo diablo, la mano que lo anima, de Sandro Roberto, un titiritero y artista plástico de Recife, las fotos, de Giorgio Cossu.

Wednesday 29 April 2009

Anima Sonho na viagem

Uma das coisas mas intrigantes na vida, são as malas dos bonequeiros, não somente porque guardam personagens fantásticos que contem historias, ritmos de culturas que aparecem o momento em que as manos dos bonequeiros se vestem com os bonecos, mas também porque contem as historias das viagens, dos caminhos onde os bonequeiros passam levando seus bonecos e os lugares aonde os bonecos traem aos bonequeiros.
O seguinte relato forma parte duma entrevista composta por duas vozes aos irmãos gêmeos Ubiratan e Tiarajú Gomes da Companhia anima Sonho de Porto Alegre.
O objetivo era chegar a um festival de Teatro de bonecos em Cantaura, na Venezuela, a milhares e milhares de quilômetros das suas casas em Porto Alegre.
E a história de uma viagem por terra na imensidão amazônica, uma viagem surrealista sem água e sem comida no meio de tudo, uma viagem sem fronteiras ao som dos acordes da guitarra quatro venezuelana, uma viagem em que eles nos contam quão subversivos podem chegar a ser os aplausos.

Tuesday 28 April 2009

Chico Daniel e a arte titireteira de João Redondo

O que é que na arte bonequeira do nordeste do Brasil causa tanta impressão e emoção?
Serà a sua espontaneidade? os seus delírios? suas cores? a sua historia tão antiga? Serà o modo em que bonecos, dentro de uma barraca onde um artista se esconde, recriam toda uma realidade no mundo das fazendas e da escravidão e do Nordeste de hoje?
Serà porquê que nessas pequenas e fantásticas esculturas e nesses diálogos delirantes encontramos muitas realidades culturais como a antiga Comedia dell’Arte da Europa, ou a Africa com a sua força e seus ritmos, e o Brasil com seu incrível jeito de misturar e digerir as diferentes culturas?
Serà o seu povo? Ao assistir a um espectáculo, vemos a idílica participação do público. O povo não pode ficar passivo frente a uma empanada cheia de bonecos ao lado de uma orquestra. O povo está o tempo tudo participando, gritando, falando aqui, brigando lá, implorando para que uma boneca dance pouquinho mais. E assim correm as oras, assim passa a noite todinha.
A estória que contaremos forma parte da tradição da cultura popular nordestina, e da historia do teatro de bonecos. Na região de Rio Grande de Norte è conhecida como João Redondo. Contaremos esta estória através de um bonequeiro que até o fim dos seus últimos dias de vida empenhou-se em não ser o último daquela tradição.
Quem era João Redondo? João Redondo, como o mamulengo e já uma lenda a qual são atribuídas diversas origens. Uns dizem que João Redondo era um capitão nos tempos da escravidão, outros dizem que ele era um fazendeiro e que tinha um empregado que era o negro Baltazar. O povo construiu bonecos representando os habitantes mais importantes da fazenda, os puseram em uma mala e começaram a dar-lhe vozes, em seguida resolveram fazer outros personagens do povo e a dar-lhes as falas. Assim foram recriando o mundo das fazendas nordestinas com os bonecos, as piadas e as cenas que se apresentavam no terreiro, cravando quatro paus na terra, pendurando um lençol para se esconder dentro e deixar que os bonecos representassem todo o seu mundo.
E assim foram nascendo muitos Joões Redondos, muitos Baltazares e um bocado de personagens que nas mãos e nas vozes de bonequeiros, dialogavam e bailavam ao ritmo da orquestra: a sanfona, o cavaquinho e o triângulo.
Um dia João Redondo chegou nas mãos de um menino chamado Francisco Angelo da Costa, que uma vez consagrado como bonequeiro seria chamado Chico Daniel honrando a seu pai.
E assim passou toda uma vida como bonequeiro alem de trabalhar como sapateiro até o dia do eclipse do mês de março de 2007 Chico Daniel tomou um banho e se arrumou para sair e fazer um espetáculo no Circo da Luz na cidade de Natal. Disse ao seu filho que ele já estava pronto para partir. Poucos minutos depois, a morte, vestida de lua vermelha levaria o grande bonequeiro Francisco Angelo da Costa deste mundo.
Falam que Chico Daniel deixou dez filhos e trinta netos; uma pequena pensão para a família e um pedido: “Que abram a mala grande, tirem aquela ruma de boneco de dentro e recomecem tudo de novo”.

BRASIL, Nueve meses

Nueve meses duró un viaje a Brasil con el fotógrafo Giorgio Cossu, desde la frontera con Uruguay, en el Sur, hasta la frontera con Colombia y Perú en medio del Amazonas.

Nueve meses: el tiempo de la gestación de un ser humano en la panza de una mujer, el tiempo de la realización de un sueño: recolectar las voces y las imágenes de la cultura popular de Sudamérica.

Nueve meses con la sensación de no estar recorriendo solo un país, sino un continente entero, con todo lo que tiene ese territorio de mar, de selva, de desiertos, de bosques y de las más diversas culturas.

Nueve meses de entrevistas, de disparos fotográficos, de recolección de sonidos, ruidos y músicas que ahora intento compartir en los siguientes audiodocumentales.